domingo, agosto 16, 2009

Minoria, maioria, democracia...

Há fumantes que consideram "leis antifumo" uma afronta à liberdade. São minoria. A ciência diz:

-Fumar faz mal. A quem fuma e a quem está por perto.

Cientistas também são minoria, mas, neste caso, são ouvidos, respeitados. Induzem o pensamento da maioria. Afinal, incríveis 88% dos paulistas apóiam a nova lei que proíbe fumar em locais fechados de uso coletivo. Está na Folha de São Paulo de hoje.

Mas, no mesmo jornal, há citação de uma frase de Hugo Chavez, sobre leis:

- Se a burguesia grita, é porque ela [a lei] é boa.

Chavez quer mudar a lei da educação da Venezuela, controlar o que se ensina e o que se divulga nos meios de comunicação. A minoria -no caso, os "burgueses" cientistas da educação, estão gritando. A ciência, espera-se, deve ser leiga e apolítica. Aqui e lá, também.

Trabalhos e pesquisas científicas são avaliados e contestados, se for o caso, internacionalmente. Fumo, educação... Fumar não faz mal apenas aos paulistas nem Chavez vai contrapor-se a todos os estudos sobre educação e "criar" uma nova abordagem pedagógica mais eficiente.

A democracia precisa desta minoria, precisa do livre debate baseado nas descobertas da ciência. Daí, são feitos ajustes nas regras sociais. As leis. Se este mecanismo funciona, há evolução e uma tendência a se evitar a "contaminação" social por princípios insustentáveis.