quinta-feira, dezembro 31, 2009

2009

2009, o ano da desaceleração!

300 postagens (!!), como desabafos. Contato direto com cada um que lê e, de alguma forma, recebe um pouco de minha consciência.

Desacelerar é um desafio. Tudo exige rapidez e agilidade. Mas, é uma necessidade...

Fim de ano, fim de década. Escrevi, aqui, e relembro Pink Floyd:

...and then one day you find, ten years have passed behind you, no one told you when to run, you missed the starting gun...

Estejamos em contato em 2010! Estejamos junto na nova década!

Um remedinho resolve

Cicatrizes torácicas desfilam, aos grupos, na praia. Orgulhosos, seus proprietários atestam uma cultura, infelizmente, disseminada em tempos "modernos":

- Como o que eu quero, bebo o quanto quiser, exercito-me se der vontade.

- Se ficar diabético, se meu coração falhar, se algo errado me acontecer, um remedinho, uma cirurgiazinha, resolvem...

As campanhas pela prevenção são tímidas e fracassam. O resultado é uma imensa despesa para os serviços de saúde e muito sofrimento para as famílias e a sociedade. Há, no ar, uma ilusão de uma medicina mágica e soberana a se sobrepor ao verdadeiro suicídio coletivo contido na vida urbana e "civilizada".

Seus filhos não são seus filhos

Assim começava o prefácio de Erich Fromm. O livro era Summerhill - Liberdade sem medo, que mostrava a experiência de uma escola no Reino Unido em que reinava a liberdade. Crianças e adolescentes "escolhiam o que fazer". O desempenho era superior, assim como os indicadores de felicidade e realização.

"Seus filhos não são seus filhos. Você é o arco que os arremessa ao futuro."


Apenas.

Na verdade, tenho mudado minha estratégia ao buscar caminhos que incentivem adultos a aderirem a um programa regular de exercícios e alimentação, no mínimo, saudável. Quando dizia que as "crianças" precisavam dele, pai -ou dela, mãe-, sem querer eu afastava o foco do motivo central que faz alguém cuidar de si: amor próprio.

Quando me dizem:

-Eu não corro, nem vou a academias, porque, em casa, trabalho o dia todo. Fico, até, cansada e dolorida!

Retorno dizendo que, sim, é melhor que ficar deitada o dia todo, mas o ato de exercitar-se, para ser plenamente eficiente, precisa de um botão a mais, aquele em que está escrito:

PARE O MUNDO QUE AGORA VOU CUIDAR DE MIM

Voltando às crianças, estou, agora, insistindo que não devem ser seus filhos o incentivo para que você cuide de sua saúde, mas, sim, seus próprios desejos, suas próprias necessidades.

- Seus filhos já são do mundo e, claro, vão se virar muito bem sem você. Há inúmeros exemplos de sucesso sem as figuras de pai ou mãe. Você é que deseja muito acompanhar a vida deles! Formatura do ensino médio, primeiros flertes, namoros, entrada na faculdade, casamento, formatura, seus netos... Você é que precisa disso, para continuar querendo cuidar de si e continuar vivo!

As pessoas param, pensam e... Concordam. De uma forma diferente adquirem novo estímulo para dar uma virada e corrigir certos hábitos que as estavam matando...

É. Definitivamente seus filhos não são seus. Já são do mundo e você os arremessou!