quarta-feira, março 31, 2010

Carta do Zé agricultor para Luis da cidade

Publico aqui um texto curioso, bem escrito e provocante. Independente de concordâncias e discordâncias, vale a pena ler...

---

Autor: Luciano Pizzatto (*)

Luis,

Quanto tempo. Sou o Zé, seu colega de ginásio, que chegava sempre atrasado, pois a Kombi que pegava no ponto perto do sítio atrasava um pouco. Lembra, né, o do sapato sujo. A professora nunca entendeu que tinha de caminhar 4 km até o ponto da Kombi na ida e volta e o sapato sujava.

Lembra? Se não, sou o Zé com sono... hehe. A Kombi parava às onze da noite no ponto de volta, e com a caminhada ia dormi lá pela uma, e o pai precisava de ajuda para ordenhá as vaca às 5h30 toda manhã. Dava um sono. Agora lembra, né Luis?!

Pois é. Tô pensando em mudá aí com você.
Não que seja ruim o sítio, aqui é uma maravilha. Mato, passarinho, ar bom. Só que acho que tô estragando a vida de você Luis, e teus amigos aí na cidade. Tô vendo todo mundo falá que nóis da agricultura estamo destruindo o meio ambiente.

Veja só. O sítio do pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que pará de estudá) fica só a meia hora aí da Capital, e depois dos 4 km a pé, só 10 minuto da sede do município. Mas continuo sem Luz porque os Poste não podem passar por uma tal de APPA que criaram aqui. A água vem do poço, uma maravilha, mas um homem veio e falô que tenho que fazê uma outorga e pagá uma taxa de uso, porque a água vai acabá. Se falô deve ser verdade.

Pra ajudá com as 12 vaca de leite (o pai foi, né ...) contratei o Juca, filho do vizinho, carteira assinada, salário mínimo, morava no fundo de casa, comia com a gente, tudo de bão. Mas também veio outro homem aqui, e falô que se o Juca fosse ordenhá as 5:30 tinha que recebê mais, e não podia trabalhá sábado e domingo (mas as vaca não param de fazê leite no fim de semana). Também visitô a casinha dele, e disse que o beliche tava 2 cm menor do que devia, e a lâmpada (tenho gerador, não te contei !) estava em cima do fogão era do tipo que se esquentasse podia explodí (não entendi ?). A comida que nóis fazia junto tinha que faze parte do salário dele. Bom, Luis tive que pedi pro Juca voltá pra casa, desempregado, mas protegido agora pelo tal homem. Só que acho que não deu certo, soube que foi preso na cidade roubando comida. Do tal homem que veio protege ele, não sei se tava junto.

Na Capital também é assim né, Luis? Tua empregada vai pra uma casa boa toda noite, de carro, tranquila. Você não deixa ela morá nas tal favela, ou beira de rio, porque senão te multam ou o homem vai aí mandar você dar casa boa, e um montão de outras coisa. É tudo igual aí né?

Mas agora, eu e a Maria (lembra dela, casei ) fazemo a ordenha as 5:30, levamo o leite de carroça até onde era o ponto da Kombi, e a cooperativa pega todo dia, se não chove. Se chove, perco o leite e dô pros porco.

Té que o Juca fez economia pra nóis, pois antes me sobrava só um salário por mês, e agora eu e Maria temos sobrado dois salário por mês. Melhorô. Os porco não, pois também veio outro homem e disse que a distancia do Rio não podia ser 20 metro e tinha que derruba tudo e fazer a 30 metro. Também colocá umas coisa pra protegê o Rio. Achei que ele tava certo e disse que ia fazê, e sozinho ia demorá uns trinta dia, só que mesmo assim ele me multô, e pra pagá vendi os porco e a pocilga, e fiquei só com as vaca. O promotor disse que desta vez por este crime não vai me prendê, e fez eu dá cesta básica pro orfanato.

O Luis, ai quando vocês sujam o Rio também paga multa né?



Agora, a água do poço posso pagá, mas tô preocupado com a água do Rio. Todo ele aqui deve ser como na tua cidade Luis, protegido, tem mato dos dois lado, as vaca não chegam nele, não tem erosão, a pocilga acabô .... Só que algo tá errado, pois ele fede e a água é preta e já subi o Rio até a divisa da Capital, e ele vem todo sujo e fedendo aí da tua terra.

Mas vocês não fazem isto né Luis. Pois aqui a multa é grande, e dá prisão. Cortá árvore então, vige!! Tinha uma árvore grande que murcho e ia morre, então pedi pra eu tiráa, aproveitá a madeira pois até podia cair em cima da casa. Como ninguém respondeu aí do escritório que fui, pedi na Capital (não tem aqui não), depois de uns 8 mês, quando a árvore morreu e tava apodrecendo, resolvi tirar, e veja Luis, no outro dia já tinha um fiscal aqui e levei uma multa. Acho que desta vez me prende.

Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova Lei vai dá multa de R$ 500,00 a R$ 20.000,00 por hectare e por dia da propriedade que tenha algo errado por aqui. Calculei por R$ 500,00 e vi que perco o sítio em uma semana. Então é melhor vendê, e ir morá onde todo mundo cuida da ecologia, pois não tem multa aí. Tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazê nada errado, só falei das coisa por ter certeza que a Lei é pra todos nóis.

E vou morar com vc, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usá o dinheiro primeiro pra compra aquela coisa branca, a geladeira, que aqui no sítio eu encho com tudo que produzo na roça, no pomar, com as vaquinha, e aí na cidade, diz que é fácil, é só abri e a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nóis, os criminoso aqui da roça.

Até Luis.

Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas não conte até eu vendê o sitio.

* É engenheiro florestal, especialista em direito socioambiental e empresário, diretor de Parques Nacionais e Reservas do IBDF/IBAMA 88/89, deputado desde 1989, detentor do 1º Prêmio Nacional de Ecologia.

Corruptos fora das eleições!


Semana que vem o Congresso vai votar uma lei que propõe eliminar do processo eleitoral candidatos acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes sérios!

Essa é a nossa chance de dar um passo gigante para acabar com a corrupção no Brasil. Porém, convencer os deputados a aprovarem esta lei não será fácil. Sendo ano de eleição, só vamos conseguir com uma mobilização popular massiva -- assine a petição que será entregue ao Congresso, só leva 2 min!

http://www.avaaz.org/po/brasil_ficha_limpa /98.php?CLICK_TF_TRACK

segunda-feira, março 29, 2010

sexta-feira, março 26, 2010

Neuropeptídeos

Neuropeptídeos

Preguiça?

Erich Fromm referiu-se à "atividade" como condição para caminhar rumo à felicidade e para praticar o "amor" autêntico. Não falava do ato de fazer algo especificamente, mas, sim, de uma atividade interna, "o uso produtivo dos próprios poderes".

Fromm considerou o amor como um "constante estado de ativa preocupação" e que seríamos incapazes de, efetivamente, amar se fôssemos preguiçosos.

Amar a família, amar uma pessoa, amar a si. Sem preguiça. Mais do que amar um restrito círculo de pessoas -família, amigos...-, ser capaz de amar qualquer pessoa é, para ele, a "marca" de quem vive inteiramente seu potencial e experimenta relações humanas inteiras e enriquecedoras.

Tenho falado sobre a preguiça. Já falei que a preguiça pode impregnar em nossas células e fazê-las trabalhar "a meia carga", economizando energia e dificultando, pois, a queima natural das calorias circulantes no sangue. O resultado é falta de eficiência do complexo sistema chamado corpo humano. Irritabilidade, doenças, desânimo... Envelhecimento precoce.

"O sono é a única situação adequada à inatividade; o estado desperto não deve ter lugar para a preguiça. A situação paradoxal de vasto número de pessoas, hoje, é estarem semi-adormecidas quando acordadas e semi-acordadas quando a dormir, ou quando querem dormir."


Completa, com sabedoria, que estar plenamente acordado (para ele, em atividade) é a condição para não aborrecer nem ficar aborrecido, uma das condições para... amar!

É simples: se você está acordado, faça proveito disso e não desperdice seu tempo. Se você se propõe a fazer algo, capriche! Isso é capacidade de amar.

quinta-feira, março 25, 2010

Apague as luzes no dia 27/3


No sábado, 27 de março, entre 20h30 e 21h30 (hora de Brasília), o Brasil participa oficialmente da Hora do Planeta. Das moradias mais simples aos maiores monumentos, as luzes serão apagadas por uma hora, para mostrar aos líderes mundiais preocupação com o aquecimento global, ou com as políticas que envolvem recursos naturais, energia e consumo.

A Hora do Planeta começou em 2007, apenas em Sidney, na Austrália. Em 2008, 371 cidades participaram. No ano passado, quando o Brasil participou pela primeira vez, o movimento superou todas as expectativas. Centenas de milhões de pessoas em mais de 4 mil cidades de 88 países apagaram as luzes. Monumentos e locais simbólicos, como a Torre Eiffel, o Coliseu e a Times Square, além do Cristo Redentor, o Congresso Nacional e outros ficaram uma hora no escuro. Além disso, artistas, atletas e apresentadores famosos ajudaram voluntariamente na campanha de mobilização.

Em 2010, vamos fazer uma Hora do Planeta ainda mais fantástica!

O significado das doenças

Segundo a psicóloga americana Louise L. Hay, todas as doenças que temos são criadas por nós. Afirma ela que somos 100% responsáveis por tudo de ruim que acontece no nosso organismo.

"Todas as doenças tem origem num estado de não-perdão. Sempre que estamos doentes, necessitamos descobrir a quem precisamos perdoar. Quando estamos empacados num certo ponto, significa que precisamos perdoar mais. Pesar, tristeza, raiva e vingança são sentimentos que vieram de um espaço onde não houve perdão. Perdoar dissolve o ressentimento."

A seguir, você vai conhecer uma relação de algumas doenças e suas prováveis causas, elaboradas pela psicóloga Louise. Reflita. Vale à pena tentar evitá-las.

DOENÇAS / CAUSAS:

AMIGDALITE: Emoções reprimidas, criatividade sufocada.

ANOREXIA: Ódio ao externo de si mesmo.

APENDICITE: Medo da vida. Bloqueio do fluxo do que é bom.

ARTERIOSCLEROSE: Resistência. Recusa em ver o bem.

ARTRITE: Crítica conservada por longo tempo.

ASMA: Sentimento contido, choro reprimido.

BRONQUITE: Ambiente família inflamado. Gritos, discussões.

CÂNCER: Magoa profunda, tristezas mantidas por muito tempo.

COLESTEROL: Medo de aceitar a alegria.

DERRAME: Resistência. Rejeição a vida.

DIABETES: Tristeza profunda.

DIARREIA: Medo, rejeição, fuga.

DOR DE CABEÇA: Autocrítica, falta de autovalorização.

ENXAQUECA: Raiva reprimida. Pessoa perfeccionista.

FIBROMAS: Alimentar mágoas causadas pelo parceiro.

GASTRITE: Incerteza profunda. Sensação de condenação.

HEMORRÓIDAS: Medo de prazos determinados. Raiva do passado.

HEPATITE: Raiva, ódio. Resistência a mudanças.

INSÔNIA: Medo, culpa.

LABIRINTITE: Medo de não estar no controle.

MENINGITE: Tumulto interior. Falta de apoio. v

NÓDULOS: Ressentimento, frustração. Ego ferido.

PELE (Acne): Individualidade ameaçada. Não aceitar a si mesmo.

PNEUMONIA: Desespero. Cansaço da vida.

PRESSÃO ALTA: Problema emocional duradouro não resolvido.

PRESSÃO BAIXA: Falta de amor em criança. Derrotismo.

PRISÃO DE VENTRE: Preso ao passado. Medo de não ter dinheiro suficiente.

PULMÕES: Medo de absorver a vida.

QUISTOS: Alimentar mágoa. Falsa evolução.

RESFRIADOS: Confusão mental, desordem, mágoas.

REUMATISMO: Sentir-se vitima. Falta de amor. Amargura.

RINITE ALÉRGICA: Congestão emocional. Culpa, crença em perseguição.

RINS: Crítica, desapontamento, fracasso.

SINUSITE: Irritação com pessoa próxima.

TIREOÍDE: Humilhação.

TUMORES: Alimentar mágoas. Acumular remorsos.

ÚLCERAS: Medo. Crença de não ser bom o bastante.

VARIZES: Desencorajamento. Sentir-se sobrecarregado.

(extraído livremente da mensagem do Padre Marcelo Rossi)

segunda-feira, março 22, 2010

Água

Por Marina Silva

SEM ÁGUA não existe vida, saúde ou desenvolvimento sustentável. Se a água for mal tratada e mal gerida, pode ser morte, doença e desigualdade social. E, a cada ano que passa, torna-se maior o complexo desafio para o homem tratar da questão da água em um cenário de industrialização, de urbanização e de mudanças climáticas.

Todos os cenários vislumbrados para o Brasil, no âmbito das mudanças climáticas, apontam para alteração do padrão de chuvas no ano. Avaliando-se o que já acontece hoje em todas as regiões do país, é de se esperar que aumentem os efeitos desastrosos desses fenômenos naturais.

Historicamente, temos tratado a água como um recurso inesgotável.

Embora vivamos em um planeta cuja superfície é ocupada por cerca de dois terços de água, esquecemos que apenas 0,09% dessa água pode ser aproveitada para consumo do homem. E há uma parte significativa que já foi poluída ou degradada pela ação humana.

O Brasil é favorecido com o maior volume de água doce do planeta. Entretanto, difundiu-se aqui, desde Pero Vaz de Caminha, a falsa ideia de abundância. É enganosa a ideia, uma vez que a distribuição é desigual e a maior parte da água está concentrada na bacia amazônica.



Como destino natural das águas de chuvas em um território, os rios, os lagos e os mares trazem em suas entranhas as marcas e os reflexos das atividades humanas. Os rios traduzem, assim, as virtudes e as mazelas de nossa relação com o meio ambiente. Viram o melhor indicador do gerenciamento e da consciência ambiental de uma sociedade. Sob essa perspectiva, há pouco a festejar e muita preocupação com o Dia Mundial da Água, celebrado hoje. Para se ter uma ideia, a maior parte do esgoto gerado nas cidades é despejado sem tratamento nos cursos d’água.

Nas últimas décadas, o Brasil avançou na criação de um aparato legal e institucional que permite gerenciar, de forma adequada, as águas do país. É um sistema que exige a participação cidadã e a consideração das diferentes situações regionais.

Com esse sistema implantado, certamente o Brasil estaria mais bem preparado para enfrentar os desafios que se avizinham. No entanto, o batalha é ainda imensa, já que a questão da água ainda não ocupa a prioridade que deveria ter para os gestores públicos.

Fizemos o Plano Nacional de Recursos Hídricos com intensa participação da sociedade. Agora precisamos enfrentar o grande desafio de implementá-lo. Saneamento básico é a prioridade, investimento obrigatório para quem deseja uma sociedade que sabe cuidar das suas águas em benefício de seus cidadãos.

Publicado na Folha de São Paulo em 22/03/2010

sábado, março 20, 2010

Novo aeroporto em Ilhéus

O projeto do novo aeroporto foi apresentado em audiência-oficina, nestas quinta e sexta-feiras, das 8:00 às 17:00, no Centro de Convenções. A ideia, também, era preparar o Termo de Referência para elaboração do Estudo de Impactos Ambientais.

Há muito tempo tenho uma posição sobre eventos desse tipo e sua organização. Desde minha atuação como conselheiro do Instituto Serra do Japi e como vice-presidente da ProEmpi -associação de engenheiros e arquitetos-, em Jundiaí, passando pela gerência executiva do Instituto de Ecoturismo da Costa do Cacau, pela coordenação do Plano Diretor e do Projeto Orla, em Ilhéus, como conselheiro e, depois, gestor da APA da Lagoa Encantada e Rio Almada e, também, como consultor para elaboração de Planos Diretores de 8 municípios baianos. Participei de centenas de eventos como o desta semana em Ilhéus. Em vários, fui o organizador e principal responsável. Foram atividades, assim como a audiência sobre o aeroporto, em que há presença de representantes do poder público, da "sociedade civil organizada" e, claro, cidadãos comuns.

Soube que o evento desta semana começou com bom público e acabou se esvaziando, justamente na hora em que a participação era vital. É sempre assim.

Funcionários públicos são remunerados e estavam lá cumprindo sua agenda e sua responsabilidade inata dos cargos. Trabalhadores, empresários, profissionais liberais, não. Destes, os que são capazes, com boa formação, com experiência, estão ocupados. Ocupadíssimos. Por mais que desejarem dispor de dois dias para "servir a coletividade" -e é assim que se chama essa doação de tempo-, será, realmente, um sacrifício. Mesmo que representem uma associação, um sindicato, uma ONG... Há despesas envolvidas. Há perdas. O agricultor não colherá ou não venderá. O arquiteto não visitará obras ou atrasará projetos. O trabalhador faltará e será penalizado. O empresário não estará em sua empresa... Por outro lado, os que têm tempo, em sua maioria, são os que estão em ritmo reduzido, que aposentaram, que estão sem emprego ou sem clientes -ou poucos-. Sem querer ofendê-los (até porque sempre há exceções), os que podem dispor de dois dias inteiros parecem ser aqueles que são menos solicitados profissionalmente. Justamente aqueles cuja contribuição, embora importante, menos contribuirá efetivamente para o sucesso do evento.

Eu queria participar. Adoro esses debates e o jogo saudável de interesses. Mas não quis desagradar organizadores, colegas e participantes e sair antes do final. Não quis que considerassem falta de interesse minha ausência em horários em que eu não poderia, mesmo, estar lá. Não quis estar apenas na abertura, como se o interesse fosse mostrar-me e aparecer nas fotos.

O resultado é que eventos assim ficam entregues ao poder público: municipal, estadual e federal. Prefeitura, estado -secretarias, universidade e demais órgãos-, Infraero... Alguns bravos -em ambos os sentidos- cidadãos "comuns" acabam resistindo até o final. Pode ser a hora de iniciar um debate e estudos para aperfeiçoar esta medodologia de participação popular... Eu tenho propostas, mas sou apenas, hoje -por enquanto, ex-alguma coisa...

De qualquer forma, agradecendo e homenageando meu amigo José Nazal, do blog Catucadas, publico aqui duas fotografias de sua autoria com o polígono da área onde deve ser construído o aeroporto, desenhado sem escala e o projeto completo do empreendimento.



13.000 acessos


De 12 de novembro de 2009 a março de 2010 foram 3.000 acessos!

Curiosidade? Interesse? Acaso?

Responsabilidade.

Pesto! A pedidos...

Simples e delicioso. Basta uma ou duas colheres sobre a massa ainda quente e uma das refeições que mais representam a alma italiana estará pronta.

Aprendi e pratiquei. Compartilho...

Num frasco de vidro, desses de azeitonas, coloque azeite de oliva dos bons. Basta a medida de 2 a 3 dedos. A mesma medida para óleo. Sim, óleo de milho, canola, soja... Dizem que "quebra" um pouco o sabor forte do azeite...

Acrescente, então, 1 dedo de nozes trituradas, um pouco menos disso em manjericão fresco bem picado, meia cabeça de alho (4 a 5 dentes) socado, sal para temperar (cuidado!), queijo parmesão ralado na medida que seu paladar pedir...



Bata num liquidificador. Apenas um pouquinho se a pedida for por um molho mais crocante. Bata bastante se quiser um creme de pesto.

Você pode fazer uma quantidade maior e guardar fora da geladeira. Sempre será uma mão na roda na hora em que a geladeira estiver vazia e o tempo for curto. Ou para um romântico jantar-surpresa!

A dica é guardar um pouco das nozes e do manjericão para salpicar sobre o molho que tiver sido colocado sobre a massa. Mesmo com o parmesão ralado na receita, cai muito bem mais uma pequena porção para finalizar.



Escolha o vinho e bom apetite! Depois me conta e, se der, me convide!

sexta-feira, março 19, 2010

Ação local, efeito global

Tenho refletido bastante a respeito dos icebergs. Não, não estou me referindo ao derretimento de blocos de gelo e a variação do nível dos oceanos. No "ambientalismo" há "pontas" visíveis e "uma imensidão de gelo" submersa e invisível. Sim, a este respeito há muito mais a se pensar do que interesses pessoais, individuais e, mesmo, ambientais locais. Estes, seriam as pontas de um grande iceberg.

"Think global, act local" foi uma ideia criada por Patrick Geddes em 1915! Faz sentido. Não adiantaria falar e falar dos problemas do planeta se não houvesse soldados a atuar nos fronts do desmatamento, da poluição do ar, dos resíduos das cidades...

Mas, também, é uma frase que pode confundir, ou ser utilizada para defender interesses extritamente individuais. Pode, então, incentivar o mais puro dos sentimentos inerentes à alma humana: o egoísmo. Cidadania ainda é uma arte retraída, tímida, uma solução a ser descoberta. Cuidar do que é de todos ainda é, infelizmente, um "mico" da modernidade.



Desde os primórdios de minha educação há registro da observação firme e melancólica de que o Brasil perdeu, literalmente, o trem da história ao optar pelas estradas, automóveis e caminhões. A economia adaptou-se, as indústrias se planejaram e, hoje, praticamente tudo que você está vendo agora -faça uma pausa e observe a seu redor- chegou até sua casa de... Caminhão! Isto significa uma imensa "pegada ecológica" e um custo desnecessário.



Estradas de ferro e portos são, ainda, em sua maioria, sucatas. "Cabotagem" é uma expressão desconhecida. Além de ser um título de um livro de memórias de Jorge Amado ("Navegação de Cabotagem"), significa navios carregados de bens que são produzidos em uma região e consumidos em outra, levando-os de porto a porto, inclusive fluviais, poupando estradas e combustível. Um navio equivale, em média a 684 carretas! Numa viagem de São Paulo a Belém consumiria 260 mil litros de combustível e as carretas, 1 milhão de litros... Sem falar nos acidentes, despesas com hospitais e as perdas de vidas, no desmatamento e na poluição. Ferrovias, também, são reconhecidas como eficientes meios de transporte, limpos e seguros. E há muito tempo clamamos por uma nova política de transportes. A mudança teria que ser gradual, mas os primeiros passos teriam que ser firmes. Seriam novos paradigmas e, claro, provocariam abalos em velhas estruturas.



E eis que numa certa região do Brasil (por coincidência, a terra de Jorge Amado) projeta-se a construção de um porto, onde seria uma das pontas de uma nova e moderna ferrovia. Tudo o que ambientalistas esperaram por toda sua vida. Vanguarda, economia, preservação de recursos naturais... Festas? Comemorações? Agradecimentos? União? Mobilização social para ajustar as necessidades da região às mudanças que chegarão?

Não.



Conflitos baseados em interesses intimistas, extremamente pontuais, têm sido deflagrados. É a ponta do iceberg. Há razão, sim, para muita atenção às ações, aos impactos, ao aumento da demanda por habitação, educação, saúde, energia, segurança e, claro, atenção para que não haja efeitos desnecessários sobre quaisquer recursos naturais e que eles possam, inclusive, receber maior proteção e ações de recuperação. Para isso, também, são criadas áreas protegidas. Para criar uma cultura, uma consciência que permita o debate com isenção e superior pensamento em considerar todo o "bloco de gelo" e, não , apenas sua ponta. A ponta é a visão pequena de que há impactos locais e eles inviabilizariam qualquer alteração, intervenção. O bloco total são os imensos benefícios nacionais e globais que podem advir deste novo paradigma, que deve ser, então, incentivado e monitorado.

É um ponto de vista. Simplesmente.

quarta-feira, março 17, 2010

Exterminadores do Futuro


A Fundação SOS Mata Atlântica lançou, na quarta-feira, 10 de março, em Brasília, a campanha “Os Exterminadores do Futuro”. O objetivo é elaborar uma lista, com a participação de toda a sociedade, que indicará os nomes dos políticos que vêm demonstrando, por meio de suas atitudes, desrespeito à legislação ambiental brasileira e ao patrimônio natural do País. Como a campanha sugere, esse grupo deixa como herança a Terra devastada e destruída, sem garantia de sobrevivência para a nossa e para as próximas gerações.

Os "exterminadores" têm uma regra básica: voltar ao passado e destruir o futuro. Querem explorar os bens da Natureza sem qualquer limite, eliminando todas as normas de proteção já criadas, deixando os efeitos da devastação para os que vierem depois. São 36 projetos de lei para alerar o Código Florestal! Querem eliminar ou minimizar a exigência de Área de Preservação Permanente e Reserva Florestal.

domingo, março 14, 2010

Plano Diretor para todas as cidades?


O texto abaixo foi emitido pela Agência Senado e cita uma possibilidade de obrigatoriedade de elaboração de Plano Diretor para cidades de todos os tamanhos. Fica o desafio de descobrir fontes de financiamento, interesse político e, principalmente, profissionais experientes em planejamento de pequenas cidades. O risco é de terem que construir mais gavetas para tanto papel.

---

Proposta de Emenda à Constituição (PEC 39/09) aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), nesta quarta-feira (10), tem o objetivo de obrigar todas as cidades brasileiras a elaborar planos diretores.

Atualmente, o texto constitucional faz essa exigência apenas para cidades com mais de 20 mil habitantes. A matéria segue agora para o Plenário do Senado.

Aprovado pela Câmara de Vereadores local, o plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. Autor da PEC 39/09, o senador Jefferson Praia (PDT-AM) recordou, na justificação da proposta, que a percepção da necessidade de institucionalizar o planejamento urbano foi o que levou os constituintes de 1988 a determinarem a edição de uma lei federal de diretrizes da política urbana e a tornarem obrigatória a elaboração de um plano diretor para as cidades com mais de 20 mil habitantes.

Mas, ao definir a população mínima de 20 mil habitantes como critério, a Constituição teria deixado de alcançar, segundo Jefferson Praia, "milhares de municipalidades que se mantêm inertes em relação ao planejamento de seu desenvolvimento urbano".

O relator da PEC 39/09 na CCJ, senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), apresentou voto favorável à matéria, argumentando que o processo de desenvolvimento e de expansão urbana deve ser ordenado desde o seu início, inclusive nas pequenas localidades.

---

Veja textos sobre Planos Diretores em http://desacelere.blogspot.com/search/label/Planos%20Diretores%20Municipais

quinta-feira, março 11, 2010

Discussão se ganha?

Você discute com alguém durante horas. Expõe seu ponto de vista com intensidade. Ouve a outra parte por necessidade. Aí, ele finalmente concorda. Vitória. Será que foi você quem ganhou? Não. Você ficou igual, com as mesmas idéias e sem nada de novo. Seu "opositor", sim, ganhou. Acrescentou novas formas de pensar e compreender antigas questões.

A edição de 23/12 da revista Veja apresentou uma entrevista com Bjorn Lomborg. Segundo a revista, é "o principal representante dos céticos em relação aos efeitos catastróficos do aquecimento global". Eles, os céticos, são poucos. A imensa maioria dos pesquisadores concorda com a ideia de que há efeitos da atividade humana sobre o clima e que devem ser tomadas medidas urgentes para evitar problemas como crises de produção de alimentos, redução da disponibilidade de água potável e aumento do nível dos oceanos. Céticos, ao contrário, costumam dizer que há grande exagero e questionam, inclusive, a seriedade das pesquisas sobre mudanças climáticas.

Apesar dos argumentos infantis (que confundem os leigos ao apresentar afirmações corretas) de que "meteorologistas mal prevêm o tempo para amanhã, como saberão a temperatura da Terra daqui a décadas ou séculos?" ou "há cientistas que forjam pesquisas catastrofistas apenas para receber recursos", os céticos, também são parte importante deste debate. São a necessária oposição ao que parece unânime. São a minha (nossa) chance de, verdadeiramente, "ganhar" algo nesta discussão.

Pois eu acredito, com base em tudo que leio, vejo, estudo e comparo, que há "algo sério no ar" e que precisamos nos preparar para lidar com novas realidades. E isto significa, também, sermos criteriosos e "aprender com quem não acredita como nós".



Por exemplo, Lomborg lembra que há grande movimentação (recursos financeiros) devido ao fato de que Tuvalu, um país insular com 12.000 habitantes, poderia desaparecer devido ao novo nível dos oceanos pós-aquecimento. Ele afirma, com justiça, que estamos falando de 12.000 pessoas que teriam que se mudar, com segurança, para outra localidade. É triste, mas ninguém morreria. Lembra que a cada sete horas e meia este mesmo número de pessoas morre em decorrência de doenças infecto-contagiosas facilmente curáveis e, claro, evitáveis (!). 15 milhões por ano. Há recursos para Tuvalu, mas há muito pouca atenção aos 12.000 que morreram nas últimas sete horas e meia. Sim, hipocrisia.

Mas, por outro lado, ele pisa em solo frágil ao falar de consumo. Ele parte do princípio que "querer ter ou gastar cada vez mais" é da natureza humana. Diz isso para concluir que a solução é desenvolver tecnologia para que aquela natureza seja suprida, independente do impacto ou das emissões de carbono. Ora, parece claro que o que ele considera "natureza" do ser humano é consequência de uma característica adquirida, uma necessidade imposta, uma "inclusão social" forçada, que leva nossa espécie, na versão industrializada, a querer possuir o que, absolutamente, não precisa.



A tecnologia de que precisamos é a que repensa os ciclos de produção e, especialmente, de energia. Em paralelo, a humanidade terá que enfrentar, forçosamente, a reflexão sobre seus hábitos. Seja o selvagem que derruba matas para obter lenha, seja o executivo que troca de celular a cada 2 meses. Sim, tecnologia e educação. Exatas e humanas. Novos valores e nova base tecnológica.



E, ao mesmo tempo, Lomborg acaba concordando com o efeito devastador do crescimento populacional e afirma que "para os pobres, crianças são fonte de renda. Para os ricos, representam despesa". Sugere, com razão, que para interferir preventivamente no tamanho das famílias, devemos torná-las mais ricas. Ou seja: menos ignorantes, mais educadas, mais conscientes. Ponto para a educação!

Perdi parte da discussão, pois continuo pensando como antes em muitas questões. Ganhei, no entanto, ao visualizar com maior clareza a hipocrisia existente nas políticas de combate ao aquecimento global.

terça-feira, março 09, 2010

Esqueceram Marina...

Correio Brasiliense, 08-03-2010, coluna de Denise Rothenburg

"Na homenagem às ambientalistas, feita pelo Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva sequer é citada

(...) Quando se fala em mulher e defesa do Meio Ambiente, qual é um dos primeiros nomes que vem à sua mente, caro leitor? Na minha, com todo o respeito às demais ambientalistas e sem qualquer conotação eleitoral, é o da senadora Marina Silva, que saiu do PT no passado e se filiou ao PV.

Assim como Dilma, Marina é pré-candidata a presidente da República. Talvez por isso, esteja fora da homenagem e do debate organizado dentro do ministério que ocupou e pelo qual lutou e ajudou a fortalecer. Ela saiu de lá em maio de 2008 justamente por causa de uma trombada com a ministra da Casa Civil, que queria pressa nas obras de infraestrutura e jogava no Ministério do Ambiente a culpa por atrasos de cronograma.

A solenidade do ministério, organizada pela secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, Samyra Crespo, colocará os holofotes sobre quatro mulheres que vão comandar o debate “A contribuição das mulheres brasileiras ao ambientalismo brasileiro”. Como mediadora, a secretária-executiva do ministério, Izabella Texeira. À mesa, estarão Bertha Becker, Tereza Urban e Isabel Cristina Moura de Carvalho, todas relacionadas com a causa. As homenageadas terão suas biografias resumidas em marcadores de páginas que o ministério lança amanhã. Além da geógrafa Bertha Becker e de Magda Renner, pioneira na defesa do meio ambiente no Brasil, haverá uma homenagem póstuma a irmã Dorothy Stang e a Judith Cortesão.

Na homenagem às ambientalistas, feita pelo Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva sequer é citada. É como se o PT quisesse sumir com a biografia daqueles que deixaram seus quadros. Nos bastidores, ela é vista como a “ameaça verde”. A homenagem de hoje, do Ministério, passou inclusive a alguns políticos a impressão de que o objetivo é mesmo levantar outras mulheres e colocar Marina no fundo do palco do ambientalismo nacional.(...)"

---

Ao ser questionada, Marina Silva declarou:

"As mulheres têm uma facilidade muito grande de fazer processos mais abertos, mais democráticos. Apostam mais no consenso do que na disputa, têm mais facilidade de dividir a autoria das coisas, o reconhecimento, a realização. E isso quando é transferido para dentro das empresas, dos sindicatos, das associações, do poder público, tem uma força transformadora enorme."

Campanha Ficha Limpa


Há um movimento que tenta diminuir (ou acabar) com a corrupção no Brasil. A Campanha Ficha Limpa conseguiu levar adiante uma lei anti-corrupção e é importante pressionar nossos deputados a aprová-la. Se esta lei passar, políticos corruptos serão removidos das eleições!

É incrível, com a pressão das 15.506 mensagens que enviaram, venceram o primeiro obstáculo: os deputados responsáveis por encaminhar o Projeto de Lei "Ficha Limpa" concordaram em levá-lo para votação!

Esta lei proibirá a candidatura de políticos condenados por crimes como corrupção e desvio de verbas públicas nas eleições.

Porém, a etapa final ainda está por vir. Não basta terem apresentado a lei, agora os deputados devem votar "SIM". A ideia, agora, é juntar 2 milhões de nomes para deixar claro que caso eles não votem na lei da Ficha Limpa, perderão muitos votos em outubro! Este é o link, caso queira participar:

http://www.avaaz.org/po/brasil_ficha_limpa/98.php?CLICK_TF_TRACK

(copie e cole no seu navegador)

segunda-feira, março 01, 2010

Life - Coming Soon - Trailer

O Discovery Channel e a BBC apresentarão a partir de 18 de março uma série incrível em alta definição: Vida. São 10 episódios sobre as estratégias dos seres vivos para sobreviver e evoluir. Esta é apenas uma amostra...