domingo, julho 15, 2012

Farinha do mesmo saco


Expressões tradicionais nos ensinam muito sobre o ser humano. Farinha do mesmo saco, por exemplo, pode significar que, se somos iguais, como commodities, estaremos juntos -no mesmo saco. Em outros “sacos” estarão milho, café, cacau, mas, não, farinha. Ou seja: somos iguais, queremos ficar e estaremos juntos. Parece óbvio. Amantes de rock reúnem-se para ouvir rock e, não, música sertaneja.

Duncan Watts, em “Tudo é Óbvio – Desde que você saiba a resposta”, apresenta uma leitura enriquecedora sobre este tema. Claro, uma visão que interessa a empresários, políticos, comunicadores, professores, cientistas e, ora, todo mundo! Da obviedade da expressão “farinha do mesmo saco”, do parágrafo anterior, ele nos lembra outra que, seguramente, você já deve ter ouvido e falado –algumas vezes: “os opostos se atraem”! A moça educada, estudiosa, recatada envolve-se com o rebelde, o conquistador, aquele que o “senso comum” chamaria de mau caráter. 

É, você terá que se decidir. Ou os opostos se atraem, ou as farinhas ficam no mesmo saco. O que Watts diz é que, depois de saber o resultado, ou seja, depois de saber o que aconteceu, é muito fácil dizer: -Claro, é óbvio!

Em temas mais mundanos: um time vai à final de um campeonato nacional, o Palmeiras. Alguém poderia dizer que estava sem dois importantes jogadores, o técnico era decadente, a torcida estava desconfiada, não havia nenhum grande jogador, um talento, em campo. É “óbvio” que não seria campeão e se não tivesse sido, sobrariam explicações. Mas foi. Então, é óbvio que seria. Um técnico experiente, que já foi campeão mundial, um time motivado para honrar a ausência de colegas afastados, uma torcida fiel –sem trocadilhos–, um grupo unido e decidido a vencer, jogando com uma vantagem conquistada num primeiro jogo. É óbvio, não é?

E é justamente esta ignorância do que faz algo resultar em sucesso ou fracasso que desafia cientistas, publicitários, editores, empresários... Watts defende, então, que, ao invés de prever o futuro, passemos a identificar possibilidades. Ele nos lembra que pesquisas de opinião, ou de atitudes, em grande escala –o suficiente para serem confiáveis– sempre foram demoradas e de grande custo, mas com a evolução dos meios digitais, podemos identificar em minutos a reação de milhares, milhões de pessoas a certos estímulos. Há sites especializados nisso.

Mas a mensagem mais importante de “Tudo é Óbvio” parece ser o fato de que não devemos nos basear no que se chama “senso comum” que, normalmente, reflete apenas suposições isoladas. E aceitarmos o fato de que apesar de algo nos parecer evidente, pode haver uma outra realidade por trás. Ele cita um exemplo de uma experiência feita pela sua equipe em que analisam o efeito de premiações financeiras para melhorar o resultado do trabalho. Comissões. “Parece óbvio que melhore o resultado de equipes que recebam maiores quantias de dinheiro conforme o aumento do faturamento, numa empresa, por exemplo. Mas se o seu chefe te chamar hoje e disser que dobrou seu salário, você realmente trabalhará mais, ou melhor, de agora em diante? Também parece óbvio que funcionários preocupem-se com a qualidade do ambiente, as perspectivas de aprendizado e crescimento, o respeito com que são tratados, os recursos materiais e práticos de que dispõem para o dia-a-dia...”


O senso comum não é, então, uma visão do mundo. Ele seria um “saco de crenças” inconsistentes, contraditórias, que parecem apropriadas apenas em momentos localizados. Watts defende, então, que para podermos melhorar o presente e aperfeiçoar o planejamento do futuro precisamos entender como e quando nossas previsões falham. Ele oferece vários exemplos e indica alguns caminhos. Vale a leitura!

sábado, maio 19, 2012

Fazer o que gosta, para ser realmente feliz!

Na minha prática de Coach, nas leituras, nas conversas e em recente pesquisa, a constatação é uma só: as pessoas não estão satisfeitas com o que fazem. Mais de 80% reconhecem que, na verdade, perderam-se no caminho e afastaram-se daquilo que os fariam felizes e realizados. Ganham a vida com atividades que contrastam com seus talentos, reprimem suas vocações e enterram suas oportunidades de, simplesmente, experimentar plenitude, felicidade, realização.

Já escrevi aqui sobre o que nos faz escolher um trabalho, ou se trabalhar é apenas obrigação, já que o prazer estaria, erroneamente, ligado ao ócio... Ganhar a vida, prover-se e à sua família, de bens materiais e conforto, orgulhar-se do status alcançado, tudo isso tem feito a grande maioria das pessoas decidir pelo afastamento de uma vida com mais momentos de felicidade... Afinal, nem sempre podemos ganhar a vida com atividades prazerosas, não é?



Aqui está a novidade trazida, por exemplo, pelos resultados de um processo de Coaching: podemos, sim! Podemos ser felizes e ricos. Podemos nos realizar utilizando nossos talentos e vocações e, ainda, conquistarmos uma situação financeira com folga e sempre crescente!

Ok, esta pode não ser uma conquista imediata, nem fácil. No processo de Coaching o caminho, em si, é simples: um plano, uma perspectiva de curto, médio e longo prazo, o reconhecimento e a descoberta de verdadeiros talentos, dos sabotadores e das crenças que têm atrapalhado a consciência disso tudo... E por que, então, tantas pessoas (80%!) insistem em fazer-se infelizes ao optar por atividades desconectadas com prazer e felicidade? Primeiro, parece que a crença de que "trabalho" é obrigação e jamais fará alguém feliz está cravada nos corações de todos. E, segundo, por desconhecer os caminhos que podem levá-los a este novo mundo, em que, como numa aldeia de "homens felizes", todos oferecem à sociedade seus talentos através de seus produtos ou seus serviços, e dela recebe a devida recompensa.

Você se identificou? Conhece alguém que age assim? Permita-se conhecer essa ferramenta moderna e incrivelmente simples e rápida: Coaching! Pode ser a diferença em tempos tão competitivos e insensíveis!

domingo, maio 13, 2012

Responda com honestidade: sua casa tem fossa?

Direto ao assunto: para onde vai seu esgoto? Da sua casa, seu trabalho, dos hotéis onde tem se hospedado... É coletado por uma concessionária para ser tratado ou vai para uma fossa, a fossa séptica, construída para filtrá-lo antes de devolver parte dele ao ambiente? Parabéns! Mas esteja preparado para enfrentar a realidade, o fato de que a grande maioria das residências, das indústrias, despeja seus resíduos sem nenhum tratamento em locais absolutamente inadequados. Já comentei aqui que até o governo federal, em seu Censo 2010, igualou, ridiculamente, numa das perguntas, dois destinos de esgoto completamente distintos: rede coletora de esgotos e rede pluvial. Definitivamente: rede pluvial é rede de água de chuva! Coleta a água que escorre pela guia e penetra nas bocas de lobo. Não é lugar para receber esgoto!


Então, pergunto novamente: qual é o destino do seu esgoto? Não sabe? Pois saiba! Prefere varrer a sujeira para debaixo do tapete? Aquele rastro sujo e mal-cheiroso na areia da praia pode ter vindo de sua casa...

Então, alguns diriam: - Isto é função do governo! As prefeituras estão tomadas por incompetentes! É possível, mas enquanto os "incompetentes" não provêm redes de captação de esgoto, cada casa deve ter seu sistema próprio: uma fossa séptica de acordo com normas técnicas. Claro que há custo! Ter uma casa implica em custos: IPTU, energia, água, manutenção e... Uma fossa! É mais fácil, e barato, jogar nossos resíduos em qualquer lugar e ficar amaldiçoando gestores municipais.

Ok, mas nossos impostos devem ser bem utilizados, e isto significa cumprir a legislação, inclusive as recentes "Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico". Mobilização popular, debates, esclarecimento, convocação de vereadores e secretários municipais, criação e viabilização de conselhos, visibilidade... Há caminhos e podemos criar uma articulação maciça e eficiente. Mão à obra, em seu bairro, sua cidade, sua região!

Mas, enquanto isso, faça uma fossa!

sexta-feira, maio 11, 2012

Butterflies in the stomach

Expressões são reflexos de uma cultura. Há algum tempo falei aqui da expressão "rust never sleeps", mal traduzida em um filme como "água mole em pedra dura tanto bate até que fura"... Tratava-se, sim, da velha ferrugem, que atua dia e noite e, sem prevenção, corrói peças metálicas à vontade. Poderíamos interpretar a ferrugem de várias maneiras: a depressão, a artrose, a preguiça...

Mas não é que me foi apresentada uma expressão fantástica e, para mim, completamente desconhecida?! "Butterflies in the stomach"! Imagine algumas borboletas movendo suas leves asinhas a mil repetições por minuto em seu estômago! Imagine a movimentação e o vazio gelado que isto provocaria! Você já sentiu isso. Talvez esteja sentindo agora... A mais direta tradução resume-se ao famoso "frio na barriga", aquela sensação de espera e medo, ansiedade e eletricidade...

Por quê borboletas?! Fácil imaginar que o movimento das asas provoque um "vento", ou uma "brisa" no interior do estômago e a sensação de friozinho, encolhimento, contração na barriga. Faz sentido. Fantástico é imaginar como alguém pode ter criado esta relação borboleta-frio-medo e, assim, uma expressão que atravessaria tempo e espaço e chegaria, hoje, aos nossos ouvidos e nossa compreensão. Ah, o ser humano!...

segunda-feira, abril 23, 2012

Serviço e desserviço de Neymar

Futebol é estudado até no meio acadêmico. O que o faz tão místico e centro de paixões avassaladoras? É um esporte, simplesmente. Contraria a essência de um esporte: faz sentido setenta mil pessoas assistirem paradas a correria de vinte e duas, apenas? No estádio, porque na televisão (sempre ela) é impossível contar. Mas é fato. Muita gente gosta. Muitos programam sua semana em função de seus times, de seus heróis. Heróis? Correr bastante, chutar uma bola com mais habilidade que outros, saber a posição ideal no campo, mobilizar e motivar parceiros, isto é suficiente para tornarem-se heróis? Não importa a minha, a sua, a opinião de alguns. O certo é que são tratados e remunerados como heróis. São referências para crianças e jovens, que clonam em si penteados, vocabulário, atitudes... Aí reside o perigo.

Alguém já disse que o sucesso desse esporte deve-se à sua similaridade com a vida. A vida urbana, a vida moderna, civilizada (?). Veja: a vida, como a vivemos, a nossa cotidiana, não é justa. Conforme a subjetividade do momento o julgamento será este ou aquele. Eu já ouvi algumas vezes a frase: "Depende do juiz!"... Lembrou-se do futebol? Pois sim. Por mais que a International Board, o conselho da FIFA que analisa alterações nas regras do futebol, estude e proponha, um dos segredos está, exatamente, na falibilidade dos árbitros. Isto faz do futebol uma maquete e um exercício da vida. É aceitável, portanto, fingir, simular, dissuadir árbitros... Provocar, irritar, incitar adversários...

Na minha escolinha de futebol (ah, um dia ainda terei uma...) meus meninos e meninas seriam estimulados a ser absolutamente honestos. O juiz errou? Esquece, volte à sua posição e aplique o que foi combinado. Recebeu uma falta? Não fique rolando e se contorcendo, não queira enganar ninguém. O adversário está provocando? Por que isso muda algo em seu desempenho? Isole-se e transforme a provocação em energia a seu favor.

A "esperteza" é uma falsa vantagem e uma falsa pressão sobre o mundo ao nosso redor. Jogadores especialmente superiores treinaram muito, e bem, além de terem recebido facilidades genéticas como fibras musculares diferenciadas ou cérebros que reagiram a estímulos de forma a transformarem-se em sede de ações imprevistas e criativas. Neymares são úteis à sociedade. Mostram que treino, prática, dedicação e alegria são essenciais ao sucesso. Mas são, igualmente, um perigo, pois podem ser exemplo da tal esperteza. O mundo acabou ficando na mão de grupos de pessoas medíocres, assim como o futebol, a maquete do mundo. Um jogador, ou um professor, ou um engenheiro, médico, diferenciado é induzido e, muitas vezes cede à ideia de que precisa ser "esperto" para efetivar suas conquistas.

Uma simulação, em jogo, de que a falta recebida foi muito mais grave do que a realidade assemelha-se ao costume de apresentar falsos atestados médicos para faltar ao trabalho, ou um toque escondido com a mão na bola, para levar vantagem, pode ser comparado a uma informação falsa no currículo para conquistar um emprego.

Corrupção, sim, nasce nos pequenos hábitos do dia-a-dia e explode na vida de quase todos os cidadãos. É lugar-comum e pode ser visto como ingenuidade convidar as pessoas a estarem atentas a si, seus filhos, parentes, amigos e repensar suas atitudes. Mas pode ser uma das saídas da crise, da imensa crise de "identidade" por que passa nossa espécie e nossa civilização.

Não se trata, mais, simplesmente, de ser correto ou educado. Trata-se da sobrevivência da humanidade.

segunda-feira, março 05, 2012

Curso de Oratória em Ilhéus e Salvador




Estou apresentando meu curso de Arte Oratória & Expressão Verbal.

A primeira turma, em Ilhéus, será no Hotel Opaba e consiste em dois sábados, o primeiro em 24 de março e o segundo em 14 de abril, sempre das 8H00 às 12H30 e das 14H00 às 18H30, totalizando 16 horas de teoria e prática. As inscrições são na Tonus, que fica na Praça São João, no Pontal.
Em Salvador, será no Ímpar Concursos, dias 31/3 e 1/4, sábado e domingo, e as inscrições são no no próprio Ímpar Concursos.

Incluí ferramentas de PNL (Programação Neurolinguística) e de Coaching, técnicas em que também me especializei e fiz formação (Sociedade Brasileira de Coaching), aumentando a efetividade desta arte que tem sido tão importante para tanta gente.

Fiz minha formação em oratória há vários anos, com o Prof. Reinaldo Polito, a maior autoridade brasileira neste assunto e já tive a oportunidade de ensinar universitários e funcionários de vendas.

O curso é bastante direto e os resultados costumam ser sentidos imediatamente.
Além da prática durante o curso, no intervalo de 21 dias os participantes terão "tarefas" e poderão consultar-me por email ou skype. Após o curso iremos organizar eventos variados para permitir mais e mais prática.

Veja com carinho e pense em quem poderia se beneficiar dessa técnica: professores, políticos, advogados, estudantes, líderes... Se puder, indique!
Grande abraço!


sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Não perca tempo lendo

- Você não tem a sensação de estar perdendo tempo, parado, sem fazer nada, quando está lendo um livro?

Boquiaberto, minha primeira reação foi achar que era uma brincadeira. Não era. Refiz a frase, mentalmente, na esperança de que tinha confundido seu significado. Talvez ele tivesse se atrapalhado e colocado um não onde havia um sim, ou vice-versa. Nada disso. A pergunta era aquela e ele esperava uma resposta.
Eu acabara de dizer que a leitura pode ser um passaporte. Qualquer leitura. Das mais simples às saramaguianas. Eu pensei em explicar. Poderia dizer que o ato de ler vai além de aprender ou adicionar informações ao cérebro. Ao ler acrescentamos modelos de comunicação ao nosso repertório, palavras e expressões ao nosso vocabulário, novas emoções ao nosso coração. Eu poderia fazê-lo refletir na importância do preparo antes da ação, do desenvolvimento da capacidade de prever e planejar estratégias, de imaginar situações, de "viver antes" o que será vivido a seguir.

Não vou identificar o autor da frase, embora pareça desnecessário, se o fosse para que ele não se sentisse ofendido. Pelo jeito, ele não vai ler esse texto. Ele vai continuar reclamando da timidez, das dificuldades no casamento, dos problemas financeiros, tudo causado pelas contingências do mundo e da vida e, claro, nunca devido às suas próprias decisões do passado. Para ele, a solução é mudar o mundo e os outros. E, claro, nunca ficar parado fazendo coisas inúteis como, por exemplo, ler.

Mostrei os dois últimos livros que li. -Mas são em inglês?!

Falei de leitura de romances, histórias de mistério, biografias, aventuras, histórias da história. -Ah, só leio coisas que possa usar no trabalho!

Uma vida parada, estacionada com motor desligado e porta aberta. Perguntei quais eram seus objetivos e suas metas para daqui a cinco anos. -Cinco anos?! Como assim?!


sexta-feira, fevereiro 10, 2012

A quem interessa a luta de classes?

Para Marx e Engels, a sociedade é o lugar do conflito entre opressores e oprimidos. “Capitalistas” teriam se apropriado dos meios de produção e estariam a explorar os que não têm meios de produzir sua subsistência. Haveria uma “obsessão pelo lucro” e, em conjunto com a “competição desenfreada” entre os capitalistas, teriam causado a enorme proletarização da humanidade.

A solução então, ainda segundo aqueles estudiosos, seria a “socialização” dos meios de produção, ou seja, as estruturas agrícolas, industriais, comerciais e de serviços seriam “de todos” ao invés de terem donos, empresários, proprietários.

Esta sociedade fictícia, em que os meios de produção estariam nas mãos do “povo”, teria uma estratificação “achatada”, com muitos, senão quase todos, cumprindo tarefas semelhantes e vivendo vidas iguais, embora usufruindo de assistência médica, educação, segurança, moradia e alimentação de qualidade aceitável. E esta sociedade –imaginária, insisto– apenas seria possível após intensa luta de classes.

A grande maioria das pessoas, que pouco ou nada têm, precisaria se mobilizar e rebelar-se contra uma minoria detentora do capital e da propriedade. Estes seriam expulsos e o povo se encarregaria de continuar a produção.

Chegamos ao impasse: capitalismo ou socialismo? Democracia ou regimes centralizados?

A luta de classes, na sociedade moderna, possui aspectos muito diferentes das lutas que aconteceram no século passado, em especial a primeira metade. Mesmo em organizações sociais socialistas há elite, opressores e oprimidos. Ou seja, há classes.

Por outro lado, alguém poderia dizer que assim como o cidadão cubano não pode deixar a ilha, há milhares de brasileiros que, igualmente, não podem deixar o local onde vivem, pois não têm consciência de si e do mundo, não têm dinheiro nem patrimônio. São presos numa terra de liberdade.

A ideia, então, não é escolher, mas tirar proveito (proveito social!) das regras do sistema em que vivemos. Pelo menos isso a democracia e, quem diria, o capitalismo, permite. As regras existem, especialmente, as que não estão escritas. Há, por exemplo, a regra do “boca-a-boca”. Respeita-se mais o que se ouve pelas ruas do que as informações oficiais. Há leis que “não pegam” e há regras de convivência que determinam as relações sociais.

No mundo capitalista há empresas. E empresas precisam viver. E sobreviver. Um saudável objetivo para uma empresa é a longevidade, e, não, simplesmente, o lucro. Para ter uma vida longa uma empresa precisa aplicar o que a ciência, os práticos e os estudiosos afirmam. Lucro não seria o fim, mas o meio. Sim, há estudos e há empresários que pensam assim. O capitalismo é menos selvagem em certas cabeças e certas paragens. Quando falam em capitalistas, de quem estão falando? Até o século passado, eram homens de meia idade, cartola na cabeça, poucas palavras e sem escrúpulos no coração. Suas empresas sumiram ou adaptaram-se.

A realidade é outra. A ditadura é atribuída ao mercado e, este sim, não perdoa: corta cabeças e esquarteja o corpo. E é esta adrenalina que leva milhares de “aventureiros” à trilha do empresariado. Sim, o canto da sereia de ser seu próprio patrão (e agora, como fica a luta de classes, se sou opressor e oprimido?) e uma possível ascensão social também contam. E esta é a grande diferença no mundo capitalista e democrático: ascensão social. Ela é possível e muito mais acessível do que se faz crer. Observamos isso a cada dia.

Uma contradição, então, habita os corações de quem “não possui meios para sua sobrevivência” (visão marxista do proletariado):

- Luto com minha classe contra os que, dizem, são meus opressores, ou luto por meu progresso e escalo os degraus da sociedade?

A opção de tentar melhorar de vida é, na verdade, uma tentativa de mudar sua própria classe social. Aos poucos, um trabalhador pode ser promovido a gerente, conquistar um cargo de direção, acumular experiência e treinamentos e -quem sabe?- tornar-se um pequeno empresário. Qual é o tamanho limite para que ainda não seja um “capitalista opressor”? Não, não se trata do tamanho da empresa, mas da atitude do empresário.

Se a opção é pela luta de classes, descarta-se completamente a luta por ascensão social e decreta-se a eternidade do status “trabalhador” (como se fosse deixar de trabalhar ao tornar-se empresário!).

-Luto contra a “burguesia”, tenho ódio dos ricos, abomino as empresas e o capitalismo. Ao mesmo tempo preciso trabalhar e não me conformo em produzir riqueza para quem eu tanto abomino.

São pensamentos que não resultam em melhoria de vida e apenas interessa a grupos até então alheios neste raciocínio. Ora, a luta de classes apenas interessa a quem está no poder e se utilizou do discurso “anti-burguesia” para chegar onde está. Se o “proletariado” estudar, acumular experiência, atuar com ética e dedicação, aproveitar as oportunidades nas empresas, ele deixará sua condição e passará a “classe média” e, quem sabe, “burguesia”, profissionais bem remunerados, ou pequenos, médios ou grandes empresários... Quem, então, continuaria ouvindo os discursos sobre luta de classes?! Quem continuaria fiel aos que incitam uma guerra inútil?

Sim, chegamos, então, ao mal maior, senão o único: a distribuição da riqueza. Quem possui bens, capital, patrimônio, não deseja perdê-los. Na verdade, não deseja perder a ponto de retornar a classes às quais já tenha pertencido e tanto suor custou para deixá-las. Querem manter o status conquistado, seja por ele próprio ou por seus antepassados.

É justo. Ao mesmo tempo, se fossem indagados se abririam mão de parte de seu patrimônio para, de maneira idealmente justa e igualitária, resolver questões relacionadas à educação, segurança, saúde coletiva, a resposta seria um sonoro sim. Enquanto essa possibilidade é um sonho, esforçam-se para manter o que possuem e, nesta luta, precisam caminhar em direção a “ter mais”, “acumular reservas” para períodos de vacas magras. Pode não significar, como outros imaginariam, um simples desejo de poder ou apego ao dinheiro, em si. De nada adiantaria serem mártires da sociedade e arriscarem suas conquistas a ponto de perderem tudo. Todos perderiam e teria sido apenas um alívio momentâneo, insustentável.

A verdadeira política de distribuição justa de riqueza precisaria considerar o potencial das regras da sociedade moderna e a possibilidade de ascensão social através do esforço de cada um. A questão é justamente esta: como preparar todos para que os esforços resultem em benefícios generalizados. Como convencer pessoas humildes, descrentes, sem modelos e referências adequados, de que há um caminho para “melhorar de vida” e este passa por momentos de estudo, experiência, dedicação e honestidade?

Como convencer essas pessoas de que a luta de classes não beneficia nenhuma das classes e apenas permite a manutenção no poder daqueles que estimulam este combate inútil? Como criar ambição, a boa ambição, em pessoas que nunca foram incentivadas a acreditar no seu benefício, nunca aprenderam como age alguém ambicioso e nunca compreenderam que aqueles que obtiveram sucesso iniciaram sua caminhada acreditando que conseguiriam e mereciam o que desejavam?

A luta útil, portanto, é aquela para sair da situação atual para outra melhor, mais realizadora, mais produtiva para toda a sociedade. Não precisamos destruir classes para melhorar a sociedade, mas abrir, escancarar as portas para que a entrada (ou, claro, a saída) das “classes” seja facilitada, mas como uma conseqüência dos esforços (ou falta deles) de cada um. Estudou? Dedicou-se? Produziu? Atuou com integridade? Bem vindo, a classe é sua, você merece! Ao invés disso, ficou parado, pouco produziu, zombou da sorte e das oportunidades? Volte uma casa e jogue o dado novamente!

Alguém poderia dizer que há muitas pessoas, muitas mesmo, que estudam e se dedicam bastante, mas, como a realidade seria cruel, sofrem e jamais conseguem melhorar sua condição social. Para estas, assim como para aquela maioria citada acima, descrente e imobilizada, é que serviria a mais pura e simples “educação voltada à auto-estima e ao sentimento de cidadania”. Pelo menos precisam ser informadas, numa linguagem que realmente seja entendida, que existe um caminho e que muitos, também, passaram por ele e já colhem os frutos. Ou seja, um dos segredos seria o sentimento de pertencimento e utilidade em relação à sociedade, à comunidade em que vive. Não bastaria querer apenas para si, mas para todos. Melhorar, sim, mas para servir e sentir-se útil! Ao invés de apenas crescer e melhorar de vida, o que poderia justificar fazê-lo “a qualquer custo”, adotar o sentimento de “crescer e melhorar de vida para poder promover crescimento e melhoria de vida para cada vez mais pessoas”!

Chegamos à conclusão mais determinante: empresas também são assim. Nada de “lucro a qualquer custo”. Isto não promove saúde financeira, administrativa, comercial. Sim, o objetivo passa a ser estabilidade financeira, projeção no mercado, crescimento seguro, responsabilidade administrativa, para, então, gerar mais empregos, educar colaboradores e clientes, influenciar positivamente mais pessoas, gerar, simplesmente, mais felicidade. A empresa que sobrevive nada tem a ver com aquela corporação “capitalista” das cartilhas que incentivam a luta de classes. Ela cria oportunidade de crescimento pessoal de todos envolvidos. Ela é o cenário em que a ascensão social pode acontecer.

terça-feira, janeiro 24, 2012

Empresário: você precisa conhecer o Coaching

O empresário de sucesso precisou rever seus conceitos, enfrentar alguns fracassos e exercitar a concentração e o foco. Existe um profissional formado e preparado para atuar ao lado do empresário e, em algumas reuniões, fazê-lo alcançar um estado em que nada pode tirá-lo do caminho que escolheu. E escolheu o caminho com respeito aos seus valores e princípios, suas vocações e talentos. O Coach encerra seu trabalho após 10 a 15 sessões, com o fechamento de um plano concreto, com objetivos e metas. O mais importante: o empresário descobre, pratica e compreende como evitar interferências e sabotadores, tanto de sua própria cabeça quanto do entorno. Rápido, eficiente, revolucionário. Assim é o Coaching voltado aos empresários, uma assistência definitiva a quem possui (ou quer possuir) uma empresa, um negócio. Veja alguns depoimentos colhidos por profissionais Coachs:

"Geralmente, os empreendedores fazem a própria gestão. Coaching ajuda o profissional a se organizar. Disciplina pessoal é muito importante e ter uma ferramenta técnica nesse sentido facilita bastante"

“O processo de coaching me proporciona uma visão sob um ângulo maior em relação ao meu desempenho e comportamento enquanto empresária. O coach é imprescindível para o empresário moderno que necessita se adaptar à rápidas mudanças da globalização. Com este trabalho o processo fica mais assertivo e mais claro.”

“O processo foi muito importante para poder me encontrar profissionalmente e consequentemente adquirir uma certa auto-confiança. É um trabalho muito interessante e indispensável, principalmente para os dias atuais em que cada vez mais surgem opçōes e dúvidas tanto no lado profissional, quanto no pessoal. O coach tem um papel fundamental para nos ajudar a enxergar o melhor caminho que podemos seguir no momento, visando sempre nossos objetivos!”

“O coaching foi uma ótima oportunidade para entender e limpar os ruídos e manter o foco no que realmente interessa. Sobre o trabalho da coach, a energia depositada no processo e o compromisso com o resultado fizeram toda a diferença.”

“Ajudou-me a decidir que empreendimento abrir, apesar de em um momento não ter idéia do que seria. Ajudou-me a crescer modificando alguns comportamentos que estavam me atrapalhando, sem eu saber que estavam. Foi mais um passo para uma entrada nesse mundo dos negócios, e essa entrada está sendo muito interessante! Adquiri conhecimentos também sobre pesquisar mercados. E entendi qual é minha missão de vida, isso acho que vai me guiar por toda a vida.”

Uma empresa moderna, próspera, envolve um grande número de outras empresas e prestadores de serviços. Contrata, capacita, motiva. Promove atração e circulação de recursos e capital. Esta empresa precisa de um empresário que mantenha o foco no que realmente importa, inclusive no prazer de gerenciar um negócio e as pessoas nele envolvidas. Quantos empresários assim você conhece? Infelizmente, são poucos. E não estamos falando de grandes empresários, mas, sim, de donos de lojas, bares, pousadas, lotéricas, restaurantes, clínicas, pequenas indústrias, confecções, esses estabelecimentos que encontramos por toda a cidade. Por trás de cada um existe uma (ou algumas) pessoa real, com dúvidas e desejos.

Converse com um empresário e você conhecerá o rosto do stress. Poucos estão satisfeitos. E não me refiro ao resultado financeiro. Quase todos estão sobrecarregados, sentem falta de algumas horas a cada dia. Queixam-se de sua equipe e sentem-se pressionados pelos clientes. Percebem que perderam a paixão pelo que fazem e se afastam, aos poucos, de suas famílias. Há anos deixaram de fazer cursos, treinamentos, especializações. Possuem experiência, já tentaram contratar consultores, mas chegaram à conclusão que “ninguém entende do meu negócio como eu!”. Tomam decisões importantes todos os dias, o tempo todo. Sentem-se numa corda bamba, em constante risco. O risco do cenário externo, o risco trabalhista, o risco da concorrência, o risco da acomodação e o declínio. Abraçam novos negócios, associam-se, formam parcerias, às vezes participam de clubes e associações empresariais, mas acabam recolhendo-se às suas salas, à falsa segurança do cotidiano. Sentem-se isolados e mal podem ver uma luz no fim do túnel. É difícil manter bons resultados financeiros nesta realidade. Aí, é o efeito dominó. Uma empresa retraída afeta seus fornecedores e reduz a circulação de capital em nível local.

Pode ser o momento de contratar um Coach voltado a empresários. Para você, para algum cliente, amigo ou parente. Coaching funciona muito bem de forma presencial, assim como pela Internet. O Coach pode ir à sua empresa ou sua casa, ou você pode ir ao escritório dele. Converse com quem fez uma das melhores formações do Brasil, a Sociedade Brasileira de Coaching e que conhece como poucos o mundo e a vida de um empresário. Frederico Costacurta está no Skype [fredcostacurta], escreve no Desacelere [www.desacelere.blogspot.com]. Telefone 73 9137 9201 e email fred@parkia.com.br.

sábado, janeiro 07, 2012

Coaching e nossos "jogos interiores"

(Ou como seu lado autocrítico influencia suas decisões...)

Timothy Gallwey transformou-se em um dos mais requisitados gurus do Coaching anos após escrever “The Inner Game of Tennis”. Publicado pela primeira vez em 1974 (e republicado até hoje em diversos idiomas), descrevia uma maneira inusitada de melhorar saques, voleios, forehands e backhands, jogadas usuais e muito conhecidas dos tenistas em qualquer lugar do planeta. Nada de “trying hard”, ou seja, esqueça os intermináveis treinos em que você fica tentando arduamente acertar aquele saque dos seus sonhos. O caminho seria muito mais simples. Simples?

“Imagens são melhores que palavras, demonstrar é melhor que descrever, instruções demais é pior do que nenhuma e ficar tentando, simplesmente, frequentemente produz resultados negativos.”

Sem a preocupação de utilizar nomenclatura técnica, Gallwey chamou de Self 1 a nossa manifestação de consciência e a constante atividade “pensante” e, portanto, permanentemente pronta para, claro, julgar. Especificamente, julgar a nós mesmos.

Por outro lado, ele registra a existência da
metade complementar de nossa relação com o mundo e seus desafios: o Self 2. Repleto de capacidades e habilidades naturais, aprende a partir de sua “inteligência silenciosa” e de um estado de concentração relaxada.

A ideia é respeitar o Self 2. Dissolver as desnecessárias auto-instruções, o criticismo e a tendência de supercontrole que ocupam as mentes desfocadas.

Veja como o autor diz que funciona o processo todo, usando como exemplo o aprendizado de tênis: após avaliar várias jogadas, o Self 1 começa a generalizar. Ao invés de julgar um evento isolado como “outro backhand ruim”, começa a espalhar o pensamento “você possui um péssimo backhand”. Outros julgamentos comuns são: “estou num mau dia”, “sempre erro as bolas fáceis” ou “sou muito lento”. O resultado é que auto-julgamentos transformam-se em profecias auto-executáveis. Ao dizer a si mesmo que é péssimo ao sacar estará ativando uma espécie de processo hipnótico, delegando o papel de mau sacador ao Self 2. Ele desempenhará imediatamente, suprimindo seu verdadeiro potencial.

E Gallwey é claro: despir-se de julgamentos não significa ignorar erros e, sim, observar os eventos tais com são sem acrescentar nada a eles. Erros podem ser vistos como uma importante parte do processo. Outro exemplo definitivo é o processo de aprender a andar. Bebês não possuem Self 1, ou são, ainda, incipientes. Se a cada tentativa frustrada (e sabemos que elas existem aos montes: levanta, cai, levanta, um passo, cai, levanta...) surgisse um pensamento “Desiste! Você já tentou e não conseguiu! Olha seus irmãos, já andam há muito tempo... Você pode se machucar! As pessoas vão rir de você!”, a humanidade ainda estaria se locomovendo como cães e cavalos. Felizmente a maior parte das crianças aprende a caminhar antes de seus pais poderem dizer a elas como fazê-lo.

"Nós encontramos o inimigo e ele é nós."

Evidentemente, o autor apresenta diversos caminhos para neutralizar o ímpeto crítico do Self 1 e liberar o Self 2 para realizar as ações naturalmente. O mais importante, e eixo vital de sua teoria, é aumentar o foco, evitar pensar demais, concentrar de forma relaxada.

Em suas apresentações pelo mundo (esteve recentemente no Brasil) ele chama ao palco alguém que não tenha tido a experiência de pegar uma bola de beisebol. É uma bola dura, pesada e ameaçadora. Ele arremessa a bola a uma distância de 5 ou 6 metros e pede que o voluntário a pegue. Raramente ele consegue. Afinal, está num palco, não imagina como fazer aquilo e sente-se ridículo. Após algumas tentativas, Gallwey orienta, então, que ele esqueça a necessidade de agarrar a bola e concentre-se em observar a cor da bola, o tipo de costura e, até, a marca nela impressa. Normalmente o que acontece é um aumento do número de bolas agarradas sem que caiam no chão. Com o foco na bola em si, não houve espaço para pensamentos sabotadores (Self 1) e, sem a pressão para “acertar”, o Self 2 manifestou-se. Parece simplista, mas funciona.

Aí está, então, a conexão entre “O Jogo Interior do Tênis” e o Coaching. No processo desta técnica, o coach atua primariamente para manter o foco de seu cliente. Para isso, crenças
antigas e limitadoras (Self 1) são desativadas e substituídas por outras que não generalizam eventuais fracassos do passado. O cliente concentra-se em seus valores e princípios, avalia com serenidade suas capacidades e, ao definir objetivos e metas, planeja o que fazer para alcançá-los. O cliente estará mais alerta ao bombardeio de sabotadores e afastará interferências. Nas doze sessões de Coaching, o coachee (o cliente) revê sua rotina, reformula sua agenda e elabora um plano, considerando com realismo seu potencial e as ferramentas que possui.

Foco, foco, foco. Concentração relaxada. Não ao excesso de esforço, à autocrítica, ao julgamento! Seja para melhorar seu saque no tênis, ou para conseguir passar num concurso, arrumar sua empresa, resgatar sua saúde e condicionamento físico, administrar melhor seu patrimônio, ou seja: viver mais feliz.

“Foco não é alcançado olhando fixamente para algo. Não se força o foco e não se chega a ele pensando arduamente em alguma coisa ou assunto. Foco natural acontece quando a mente está interessada e é arrastada irresistivelmente em direção ao objeto, sem esforço, de forma relaxada, sem tensões e super controles.”

quinta-feira, janeiro 05, 2012

Hipnotizadores e hipnotizados


Carlos Drummond de Andrade disse, certa vez, que o bom hipnotizador hipnotiza a si próprio para impressionar e conseguir hipnotizar sua plateia.

Temos visto desde aprendizes de hipnotizadores até profissionais experientes em ação. Ministros realmente acreditam no que dizem, afinal estão auto-hipnotizados. Muitos, na plateia, deixam-se hipnotizar e aplaudem.

Amigos, cônjuges, professores, alunos, filhos, pais, vendedores e, como já vimos, políticos, podem estar se aperfeiçoando nesta arte. Cabe a nós, em primeiro lugar, evitar a auto-hipnose. Isto significa enfrentar e aceitar a realidade. Nada de convencer, ou tentar convencer, os outros de mentiras deslavadas que gostaríamos fossem verdades. Em quais mentiras você ainda acredita? E, fala sério, continua sustentando perante sua família, amigos, colegas de trabalho?

Em segundo lugar, alerta geral. Quem, à sua volta, age como auto-hipnotizado e revela-se um grande hipnotizador? Ao invés de um bom "cara-de-pau", ele pode, sim, acreditar no que diz e na vida que leva. E, quem diria, convence. Ofende-se, sinceramente, com suas contestações, chora, emociona-se, inspira confiança.

Tanto, que pode chegar a ministro...